Uma página de cada vez | O bilhete que nunca esquecerei

12/05/2015

Incrível como só consigo escrever textos sobre amores que nunca deram certo. Mas aqui vamos nós novamente.

Era uma tarde de segunda-feira, tarde chuvosa e fria por sinal. Só não seria um dia como outro qualquer pelo simples fato de ser a comemoração do dias dos namorados. E como minha escola ama inovar, decidiram que nesse ano colocariam uma urna lotada de cartas anônimas para que uma pessoa só lesse em voz alta no pátio. E eu como um belo trouxa, decidi escrever um bilhete. Estaria tudo bem se o meu bilhete não fosse o primeiro a ser pego. Respiro fundo e tento disfarçar ao máximo o olhar para a pessoa amada. A pessoa começa a ler o meu bilhete - que por sinal não lembro sequer do começo -. Enfim terminam de ler o bilhete, todos aplaudem, exceto a pessoa a quem direcionei o texto. Tinha uma afeição de nojo, sei lá. Talvez fosse paranoia minha.

Passei um tempo fora da sala, esperando uma reação da pessoa. Nada. Daí então, começo a lembrar do meu Affair do 7º ano e começo a me questionar se esse terá o mesmo desfecho que o anterior. Não demora muito, decido ir para sala em silêncio. Chego na sala, vou direto para minha banca, todos estranham. Abaixo a cabeça e fecho os olhos. O flash back começa e como de costume, choro. E dessa vez não foi com Paramore. E sim ao som de Adele - Set Fire To The Rain. Amigos mais próximos correm para saber o que houve para eu estar chorando tanto, até por quê, não sou de chorar facilmente. Mas, a única pessoa que não se aproxima de mim é a minha amiga - Amiga que tenho até hoje e agradeço aos céus por te-lá -. Ela simplesmente aponta para a sua própria mão, onde estava o seu celular. Imediatamente ligo o gesto ao Whatsapp, não me pergunte porquê. Pego meu celular e vejo uma mensagem:

- Quer conversar? É sobre aquela pessoa, né? - Pergunta ela.
Como uma pessoa que mal conhecia já sabia do motivo enquanto as pessoas mais próximas a mim sequer desconfiavam o motivo.
- Sim. - Respondo.
- Mas por que? - Pergunta.
Explico tudo o que aconteceu, pois ela não estava no pátio no momento em que leram meu bilhete.
-  É melhor esperar um pouco, não dar mais sinais por enquanto. - Responde ela

Toca o sinal. Próxima aula, inglês. E, por mais que ame inglês, não estava com cabeça pra assistir aula da matéria hoje. Na metade da aula, a professora chega perto de mim e começa a me olhar, de repente ela diz:
- O amor causou isso não foi?
fico em silêncio...
- Não se preocupe me querido, amores vem e vão, se esse não te correspondeu, você encontrará um que te corresponda. - Responde ela com tom de certeza.

O bom de tudo isso que passei? É que aprendi a não agir por impulso, escultar mais o coração, e também o silêncio. Talvez seja isso que todos precisam.

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